segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

História do Barreado; Entrudo (atual carnaval); Anhaia; Salto do Fortuna e Fantasma da Loira do Viaduto dos Padres!

 Barreado
Da canoa subiu o primeiro foguete...
Alça um outro, outro mais...e do porto distante
Sobe riscando o céu na tarde agonizante
um rojão que no azul traça um alvo filete

Lá na praia distante, em meio a vazante,
junta o povo de casa e apresta-se o rolete
p´ra varar a canoa e aguardar o banquete,
o Barreado que chega – o “boi” – carne abundante.

é o cominho, a farinha, a banana, e a aguardente
p´ra a festança, ideal do caboclo praiano
que termina depois no Fandango dolente...

Torna ao canto a panela de barro inda um ano,
a esperar outro Entrudo, a alegria da gente
boa e simples que volta ao seu labor, insano.
 Coloca-se no fundo de uma panela de barro tiras de toucinho, pondo-se a carne gorda e magra em seguida, acompanhada dos temperos: cominho, cebola, salsa, cebolinha, alho, tomates, pimenta de cheiro e limão. Calafetam-se as bordas da panela com uma goma de farinha de mandioca, prendendo-se a tampa por meio de tiras de papel. Além de tudo isso, ainda se amarra para evitar que o vapor escape. Algumas vezes o barreado se faz colocando-se a panela sobre a chapa do fogão, e a fogo lento, durante toda a noite e indo pela manhã adentro até o almoço para se processar o cozimento. É servido com a colher, garfo de pau, a cuia de farinha de goma e o garrafão de cachaça de Morretes.
Os  bandeirantes  chegados  de  São  Paulo  de  Piratininga,  em 1578 [...]  em busca do ouro de Paranaguá, uma das primeiras minas  do Brasil,  atraiu  os  portugueses  dos Açores,  em  1720.
Eles legaram ao Paraná o prato que o representa: o Barreado.
Único em todo o Brasil, é  testemunha do costume açoriano de “barrear”  a  tampa  com  grude  de  farinha  e  água,  descer  a panela amarrada com cordas até o centro dos vulcões inativos para  cozinhar  até  desfiar  nos  vapores  quentes,  carnestemperadas  com  especiarias,  servidas  em  dias  de  festas.
Barreada  e  enterrada  nas  areias  do  nosso  litoral,  sobre fogueiras  de  brasas,  a  panela  de  barro  abriga  até  hoje  a herança portuguesa (Helena Menezes e Joana D´Arc Menezes, 2001).
No folclore morretense, o Barreado é símbolo de fartura, festa e alegria.
Sua origem , contada de pai para filho, é que, há mais de duzentos anos, quando filhos de índias com  portugueses (mamelucos ou caboclos), vinham à vila trazer os produtos da lavoura de seus patrões, ficavam para almoçar e lhes era servido uma carne cozida muito gostosa. Gostaram tanto que levaram a idéia para o sítio onde moravam, e sempre que os patrões iam visitar as plantações, eles ofereciam aquele prato saboroso, feito com carne de peito, toucinho e todos os temperos disponíveis, que eles deixavam cozinhar por muitas horas, em panela de barro, para amolecer a carne.
Com o tempo notaram que a carne secava muito depressa, porque o vapor fugia da panela, resolveram então pegar uma folha de bananeira, sapecar no fogo, a fim de amolecer e amarrar a boca da panela de barro e, depois de colocar a tampa, a barreavam com um pirão meio mole de farinha de mandioca, cinza e água, o que deu origem ao nome “BARREADO”.
A expressão "barrear", portanto, é utilizada no sentido de vedar a panela com um pirão de cinza e farinha de mandioca, para evitar que o vapor escape e o cozido não seque depressa.
Se algum prato paranaense merece ser tombado pelo Patrimônio Cultural, essa iguaria é o barreado.

O Entrudo
O Entrudo  (do  latim  introitu,  introdução) era uma espécie de jogo herdado de Portugal que acontecia  no  Brasil  inteiro  três  dias  antes  do  início  da  Quaresma.  Sua denominação fazia referência justamente ao período que introduz (entrudo) a Quaresma (do  latim  quadragésima),  data  que  marca  o  início  dos  quarenta  dias  que antecedem  à  Páscoa. 
O  Entrudo  caracterizava-se  então  como  três  dias  de excesso que antecipavam um período de penitência e constrição. 
No  Entrudo as pessoas  atirando  umas nas outras  laranjas  e  limões  de  cheiro, bacias  d´água,  polvilho, farinha  do  reino,  fuligem,  goma,  ensopando  os transeuntes, molhando  famílias e ruas  inteiras, em plena batalha. 
Criados,  outrora  escravos,  carregavam latas, cântaros, para suprimento dos patrões empenhados na guerra.
Depois  o  Entrudo  admitiu  formas  mais  doces,  com  as laranjinhas  de  cheiro  e  as  borrachas  com  água  perfumada.
Lembra-se dos “lança-perfumes” de Carnaval? Pois é, o “entrudo” acabou dando origem ao atual Carnaval de hoje.  
Grupo de Fandango Professora Helmosa, em Morretes e 
Carnaval 2011, 50 anos de Folia (Santa Mônica Clube de Campo)
Durante os três dias de Entrudo, o caboclo do litoral, parava com seus afazeres, para somente se dedicar a dança do Fandango (dança popular da Idade Médica, freqüência obrigatória nos aristocráticos salões europeus, no século XVII).
O alimento desses  três dias em que amanheciam exaustos,  sem  energias  para  preparar  o  almoço,  era  o Barreado, cujo grau de cozimento resistia às 72 horas de folia, dispensando as senhoras caboclas de preparar o almoço para dezenas de foliões. Hoje, o Barreado continua sendo, dentro da melhor  tradição,  um  prato  que  se  serve  à  época  do Carnaval.


Caminho Histórico do Anhaia
O Caminho do Anhaia, ou Estrada do Anhaia, começa na ponte do Rio do Pinto (formado por: Rio Fortuna; Rio da Serra e Rio dos Padres) é na verdade a remanescente do Caminho do Arraial, primeira ligação entre o litoral e o planalto, aberto entre 1586 e 1590.
Na  Estrada do Anhaia encontramos belas casas de antigas de estilo barroco das antigas fazendas e engenhos de cana com seus alambiques, maioria hoje desativado, pilões de pedra e parte do antigo Caminho do Arraial.
São aproximadamente 11 quilômetros nesta estrada de terra desde a Ponte do Rio do Pinto até o começo da trilha, que inicia num gasoduto da Petrobras, uns quinhentos metros adiante da porteira do parque você vê uma placa que sinaliza que está no caminho certo e que é preciso mais 1250 metros para chegar à cachoeira do Salto do Fortuna, ou Salto Fortuna, uma queda d´agua de 50 metros já no Parque Estadual do Pau Oco.
Numa certa altura da trilha, encontramos uns 20 metros de calçamento escorregadio do histórico caminho colonial, o Caminho do Arraial, que já conduziu índios, aventureiros, escravos africanos, padres jesuítas,  garimpeiros  e imigrantes italianos que seguiam de Morretes para o antigo Arraial Grande (hoje no município de São José dos Pinhais), ou no sentido contrário.
Depois do Caminho do Anhaia se atravessam dois rios de cerca de 10 metros de largura, saltando pelas pedras ou por dentro da água mesmo, pois de qualquer jeito se molha o pé até o joelho. O último deles é o próprio Rio Fortuna.
O interessante e que muita gente  fala Cachoeira da Fortuna ou Salto da Fortuna, no entanto, como cachoeira esta no Rio Fortuna, o mais apropriado seria falar chamar Salto do Fortuna (do rio Fortuna); ou Cachoeira do Fortuna (do Rio Fortuna). 
O Padre e Anhaia
O Caminho do Anhaia, ou Estrada do Anhaia, começa na ponte do Rio do Pinto (formado por: Rio Fortuna; Rio da Serra e Rio dos Padres), este Rio dos Padres é o mesmo do Viaduto dos Padres, de onde surgiu o causo relatado por Luciana do Rocio:
"No século dezoito, no local onde hoje é o Viaduto dos Padres existia um mosteiro. Perto deste local religioso havia a fazenda de um homem muito rico apelidado de Pepe Ayala. Este homem tinha uma filha chamada Anhaia. Aos três anos de idade, esta garota teve uma febre muito forte. Então sua mãe fez uma oração pedindo para que a menina sarasse e se este milagre acontecesse, ela colocaria a filha no convento. Assim, naquele instante Anhaia saiu da cama curada. Esta criança era muito peralta, pois sempre inventava de se esconder nas plantações do sítio, quando fazia alguma travessura. A própria garota abriu uma clareira, no meio do mato, e fez uma estrada secreta, onde sempre caminhava quando queria ficar sozinha. Porém os escravos descobriram este caminho e batizaram o local de Estrada de Anhaia
Apesar de tanta travessura, a garota foi criada com rigidez nos melhores princípios e aos dezoito anos foi mandada para um convento na Espanha. A jovem ficou apenas um ano no exterior, lá ela notou que não tinha vocação religiosa e voltou ao Brasil para o sítio da sua família. Uma certa tarde, a moça resolveu passear na própria estrada que montou quando era criança. Porém ela andou um pouco mais e notou que o caminho dava num mosteiro. No rio ao lado da estrada ela viu um jovem padre flutuando numa meditação.O religioso assustou-se, abriu os olhos e se apaixonou pela donzela. 
Anhaia não acreditou e gritou. Deste jeito ele perguntou: - Quem é você? - Será que eu cheguei ao céu com minha meditação e estou vendo um anjo? Desta maneira a dama respondeu: - Meu nome é Anhaia, moro numa fazenda perto daqui. - Vamos ser amigos? O padre concordou em fazer amizade com a moça. Então, a partir daquele dia, os dois começaram a se encontrar e passaram a ter um romance. 
Um certo dia, Anhaia descobriu que estava grávida e contou sobre o fato a uma das mucamas. O problema é que um dos escravos escutou tudo atrás da porta e contou para Pepe. 
O fazendeiro ficou furioso e colocou fogo no seminário. Anhaia ao saber da tragédia correu até a sua estrada e enforcou-se. 
Durante o incêndio, o padre mais velho saiu em chamas do mosteiro e gritou: - Quem fez isto, um dia pagará! - Pois aqui virará um viaduto e muitos dos descendentes, dos meus inimigos, terão seus corpos mortos atirados aqui. 
Um século se passou e construíram o Viaduto dos Padres perto de onde ficava o seminário que pegou fogo.
A Estrada de Anhaia continuou com este mesmo nome e muitas pessoas que passaram por este caminho a noite, falaram que viram o fantasma de uma jovem grávida, com uma corda no pescoço, em cima de uma árvore. Desde a inauguração do Viaduto dos Padres, muitos corpos foram desovados lá. As pessoas falam que é por causa da maldição dos religiosos que morreram queimados. Neste local, também, há muitos acidentes. Muitos caminhoneiros dizem que de madrugada aparece um fantasma, com vestes de padre, no meio da estrada e para desviar da assombração muitos motoristas acabam tendo acidentes.
Fantasma da Loira do Viaduto dos Padres

Na cidade de Curitiba morava uma médica apelidada de Ayala. Ela era: jovem, loira, alta, esbelta, muito bonita e por isto foi modelo na adolescência. Em 2009 esta mulher teve um relacionamento muito conturbado com um homem muito ciumento e que batia na coitada. Porém em janeiro de 2010 a doutora decidiu acabar com este namoro conturbado. A partir daquele instante ela passou a receber ameaças através de telefonemas. Porém ela decidiu trocar seu número telefônico e parou de receber os trotes. Numa manhã de fevereiro de 2010, ela chegou ao seu consultório e viu um diário velho em cima da sua mesa, que tinha o título de: “- Diário de Anhaia." Desta maneira a moça foi lendo o caderno velho aos poucos. No dia 5 de abril de 2010, a médica escutou o toque do celular, atendeu ao aparelho e saiu correndo. A doutora ficou tão nervosa que deixou o computador ligado, as gavetas destrancadas, o Diário de Anhaia, que estava lendo, aberto e correu em direção à garagem. Desta maneira a moça saiu com o carro em alta velocidade. Um mês depois seu corpo foi encontrado num matagal que fica no Viaduto dos Padres. Depois deste fato alguns caminheiros disseram ter visto o fantasma de uma loira no meio da estrada e a descrição deste espírito seria muito semelhante ao corpo da doutora assassinada." (Luciana do Rocio)
 Barreado & Sorvete de Banana, Gengibre ou Melancia
“Minino vô te contá:
Fui convidado pra comê Barreado
Serr’abaixo em Paranaguá
Peguei “Maria Fumaça”
Varei a Serra do Mar
Tanta beleza junta, juro que nunca vi
Véu de noiva, Ferradura, São João
Pico do Marumbi
Depois veio Barreado
Mió gororoba que eu já comi

Hum, hum, eh...ah...Barreado de Paranaguá

Carne de gado talho de batame
Folhas de louro, pimenta e cominho
Alho, cebola e salsinha, e um pedaço de toucinho
De barro é a panela, pos tampada e “Barreado”
Dez hora de fogo nela
E só servir depois
Com farinha e arroz
Veja como é  Carnaval (Entrudo) pelo Mundo Afora!
Rússia: Antes da Quaresma, celebra-se a Maslenitsa (Entrudo), um festival de uma semana que é a celebração Ortodoxa mais popular da Rússia. A Maslenitsa é um símbolo do adeus ao Inverno e boas-vindas à Primavera, e a palavra deriva de «Maslo», que significa «manteiga». As panquecas são um item fundamental nesta celebração, simbolizando o sol da Primavera. A «cidade Maslenitsa», perto da Praça Vermelha, estará aberta de 28 de Fevereiro a 6 de Março, oferecendo todo o tipo de animação e delícias. O dia mais importante é o último Domingo antes da Quaresma, no qual todas as pessoas pedem aos seus conhecidos perdão por insultos e problemas. No fim das festividades, é queimado o espantalho do Entrudo, que simboliza o final do Inverno. O hotéis.com sugere o Hotel Savoy Moscovo, desde 171 euros.
Alemanha: Existem três grandes centros de festejo do Carnaval na Alemanha: em Colónia (o mais importante e famoso), Düsseldorf e Mainz. O arranque do Carnaval alemão é a 11 de Novembro, às 11h11, que é quando o Carnaval começa. As festividades de Carnaval começam na Quinta-feira de cinzas (3 de Março) com o «Carnaval das Mulheres», em que uma mulher pode beijar qualquer homem desde que antes lhe corte a gravata; depois na «Segunda-feira cor-de-rosa» (7 de Março) há enormes desfiles de rua com mascarados, bailarinos, e carros decorados; na Terça-feira de carnaval (8 de Março) há bailes de máscaras, e a «Quarta-feira de cinzas» marca o final do Carnaval e o início do período de jejum, até à Páscoa. O hotéis.com sugere o Hotel Hilton de Colónia, a partir de 160 euros.
França: Em França celebra-se o Carnaval de Nice, o principal evento de Inverno da Riviera francesa, e que este ano terá lugar de 18 de Fevereiro a 8 de Março. O tema deste ano prende-se com a natureza, e será reflectido em desfiles a decorrer de dia e de noite (de flores, de luzes e de Carnaval) com 1.000 músicos e bailarinos de todo o mundo num só lugar, conhecido internacionalmente como «La Promenade des Anglais». O hotéis.com sugere reserva no Hotel Ellington, em Nica, a partir de 77 euros.
Países Baixos: Existem dois tipos de Carnaval nos Países Baixos. O Carnaval de Rijnlands, celebrado no Sul e Sudoeste do país; e o Carnaval de Bourgondisch, celebrado no Norte e Oeste da província de Brabant. Oficialmente, o Carnaval é de 6 a 8 de Março mas na realidade as festividades têm início a 11 de Novembro (às 11h11 começou a época de Carnaval). As tradições incluem a entrega de uma chave simbólica da cidade pelo Presidente da Câmara ao Príncipe do Carnaval, para ter poder nos três dias seguintes, que serão de festas e desfiles. Pode ficar no Golden Tulip Apple Park Hotel (Maastricht), desde 54 euros ou no Crown Inn (Eindhoven), desde 48 euros.
Itália: O Carnaval de Veneza é uma das festas mais antigas do mundo. Este ano, entre 26 de Fevereiro e 8 de Março as ruas estarão repletas de bandas, máscaras tradicionais, teatro de rua, etc. A cerimónia de abertura começa com o «Voo do Anjo», uma tradição antiga que consiste numa mulher jovem (normalmente conhecida do público) que surge do Campanário da Torre da Praça de São Marco. Segue-se a celebração da Feste delle Marie (que celebra a liberação das mulheres das mãos dos piratas da Istria). Muitos eventos, tais como festas e bailes de máscaras (Baile Casanova, baile da água, e Noite Dourada) têm lugar nos palácios antigos, e alguns são exclusivos para convidados! Tem o Hilton Molino (Veneza), desde 164 euros.
Dinamarca: É festejado o Fastelavn, que ultimamente se transformou num festival para crianças. O Fastelavn não tem lugar apenas num único dia do ano, mas sim sete semanas antes da Páscoa. As crianças mascaram-se e tentam bater com um pau num barril até ele se partir: é o chamado «fazer o gato sair do barril». O hotel recomendado é o Clarion Collection Hotel Twentyseven (Copenhaga), desde 134 euros.

Referências:
a) Maria Henriqueta Sperandio Garcia Gimenes: Cozinhando a tradição: festa, cultura e história no litoral -   
b|) Luciana do Rocio: Lendas Urbanas -  http://www.mrmalas.com/lendas/lenda.asp?id=14990):
c) Treeking: urma do Heron Mathoso: http://www.naturezarlivre.blogspot.com/
d) Modelo Carnaval 2011: Revista Mensal "Santa Mônica Clube de Campo": 
http://www.santamonica.rec.br

José Carlos Teodorovicz
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quino & Mafalda: "La vida comienza a los cuarenta"


Quino, como nasce um desenho seu, como vem a idéia? 
Freud disse que o trabalho criativo é como ir para cama com o objectivo de sonhar com três belas mulheres. 
NÃO. É impossível porque os sonhos não se podem programar. 
É o mesmo, eu não posso programar as ideias que me virão á cabeça.
 
1932
Joaquín Salvador Lavado, filho de imigrantes espanhóis da Andaluzia, nasce em Mendoza (Argentina) no dia 17 de julho, embora nos registros oficiais conste que nascem em 17 de agosto.
Já ao nascer foi chamado de Quino, para distingui-lo de seu tio Joaquín Tejón, pintor e desenhista de publicidade, com quem descobriu sua vocação aos 3 anos.

1939
Começa a escola primária, onde descobre que seu nome verdadeiro é Joaquín e vive as dificuldades de seu personagem Felipe: “Eu me angustiava tanto que nos primeiros três meses tirava notas baixas, mas depois terminava o ano com notas altas, embora nunca fosse o primeiro aluno, e isso me deixava zangado.”
1954
Quino instala-se em Buenos Aires. Continua a percorrer as redações. “Sofri muito porque vivia em condições muito precárias. Compartilhei um quarto de pensão com três ou quatro caras.” O semanário Esto es, de Buenos Aires, publica sua primeira página de Humor Gráfico, alternando-se semanalmente com outro desenhista. “No dia em que publicaram minha primeira página passei o momento mais feliz da minha vida.” A partir daquele ano, passou a publicar em diversos meios: Vea y Lea, Leoplán, Damas y Damitas, TV Guía, Usted, Che, Panorama, Atlántida, Adán, jornal Democracia, etc. Desde então, e até hoje, seus desenhos de humor têm sido publicados ininterruptamente numa infinidade de jornais e revistas da América latina e da Europa.

1960
Quino se casa com Alicia Colombo. Não teve filhos. A lua de mel no Brasil é sua primeira saída da Argentina.  No Rio de Janeiro, relaciona-se pela primeira vez com colegas e editoras estrangeiras.
 
1963
É publicado seu primeiro álbum de humor, Mundo Quino, uma compilação dos desenhos de humor gráfico sem texto, com prólogo de Miguel Brascó. O próprio Brascó o apresenta a Agens Publicidade, que procura um desenhista para criar uma história em quadrinhos “mistura de Blondie e Peanuts”, para divulgar o lançamento de uma linha de produtos eletrodomésticos chamados Mansfield, razão pela qual o nome de alguns dos personagens deveria começar com a letra M, daí Mafalda. A Agens não faz sua campanha, mas Quino fica com algumas tiras.

1964
Dez anos depois de lançar os desenhos de humor, que continuará publicando ininterruptamente até hoje, Mafalda surge pela primeira vez em “Gregorio”, suplemento humorístico da revista Leoplan, que publica 3 tiras. Em 29 de setembro, o semanário Primera Plana, de Buenos Aires, começa a publicar Mafalda regularmente.


1966 Jorge Álvarez Editor publica o primeiro livro da Mafalda, que reúne as primeiras tiras em ordem de publicação, tal como será feito nos livros seguintes. Sai para o Natal, e em dois dias esgota-se sua tiragem de 5.000 exemplares.


1977
A pedido da UNICEF, Quino ilustra com a Mafalda e os personagens de sua tira a Edição Internacional da campanha mundial da Declaração do Direitos da Criança. No México, inicia-se a edição dos livros da Mafalda.

1982
Quino é eleito por seus colegas de todo o mundo o Desenhista do Ano. São publicados no Brasil os três primeiros livros da Mafalda.
 

2009
Para festejar os 45 anos de Mafalda, em 10 de outubro é inaugurada uma mostra na Associazione Amici del Loggione del Teatro alla Scala de Milano.
  

Top-Six: Quino & Mafalda em http://www.jcteo.com
 







Fonte:
http://www.quino.com.ar

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Você conhece na História da Medicina a importância de Quíron, Esculápio, Hipócrates, Vesalius, Servet e Harvey?

“Quantos bravos havia estão feridos
Cresce a força Troiana e cresce a fúria.
Ma tu salva-me e elva ao meu navio;
Tira-me a seta, em banho morno a chaga,
Asperge os lenimentos que de Achiles
Aprendeste, e que afirmam lhe ensinara
Quíron,dentre os centauros o mais justo”.
Ilíada, Livro XI
As bases da moderna Medicina estão na Grécia clássica, do período de 800 a.C. a 200 a.C.
Nesse período, a Medicina Grega passou das explicações divinas e místicas para a observação e argumentação lógica.
Quíron, na mitologia grega, era um centauro, considerado superior por seus próprios pares.
Ele ensinou a Esculápio, um mortal, a arte da cura, que se tornou a fonte de conhecimento médico mágico entre os gregos. O herói Aquiles, também discípulo de Quíron, tinha conhecimentos  de cura.
Quíron era inteligente, civilizado e bondoso, e célebre por seu conhecimento e habilidade com a medicina.
Apolo o criou como pai adotivo e lhe ensinou todos os seus conhecimentos: artes, música, poesia, ética, filosofia, artes divinatórias e profecias, terapias curativas e ciência.
Sua nobreza também se reflete na história que narra sua morte:
Quíron teria sacrificado sua vida, permitindo assim que a humanidade obtivesse o uso do fogo.
Isto ocorreu durante a visita de Héracles (Hércules) à caverna de Folo, no Monte Pélion, na Tessália, durante o quarto de seus doze trabalhos.
Héracles pediu vinho, para acompanhar a comida.
Folo havia recebido do deus Dionisio uma jarra de um vinho sagrado anteriormente, que deveria ser conservado para o resto dos centauros até que fosse a hora certa de ser aberto.
Diante do pedido de Héracles, Folo sentiu-se constrangido a oferecer o vinho santo.
O herói o agarrou de suas mãos e o abriu, deixando que seus vapores e aromas saíssem da garrafa e intoxicassem os centauros, que estavam reunidos do lado de fora da caverna e passaram imediatamente a arremessar pedras e galhos.
Héracles disparou diversas flechas envenenadas contra eles, para afastá-los.
Uma delas atingiu Quíron na coxa.
Folo saiu do fundo da caverna, onde havia se refugiado, para observar a destruição, e, ao puxar uma das flechas do corpo de um dos centauros, perguntou-se como podia uma coisa tão pequena causar tanta morte e destruição.  
Ao dizer isso, deixou a flecha cair de sua mão sobre o seu casco, o que o matou instantaneamente.
A flecha não matou Quíron, porém provocou-lhe dores terríveis e incessantes.
Coube assim a Héracles fazer um acordo com Zeus, trocando a imortalidade de Quíron pela vida de Prometeu, que roubara o fogo dos deuses e o dera aos homens e, por isso, fora condenado a padecer eternamente, amarrado a um rochedo enquanto um pássaro devorava seu fígado, que voltava a crescer no dia seguinte. 
Zeus, que afirmara que só o libertaria se um imortal abrisse mão de sua imortalidade e fosse para o Hades, o reino dos mortos, em seu lugar, concordou, liberando Quíron de seu sofrimento, para morrer tranquilamente. Zeus o homenageou, colocando-o no céu como a constelação que chamamos de Sagitário (do latim sagitta, "flecha").

Os 12 trabalhos de Héracles (Hércules)

1.º) Matou o Leão da Neméia, filho dos monstros Ortro e Equidna. Acabada a luta, arrancou a pele do animal com as suas próprias garras e passou a utilizá-la como vestuário. A criatura converteu-se na constelação de leão.
Hércules e Jolau. Século I d.C., mosaico no Nymphaeum de Anzio, Roma
2.º) Matou a Hidra de Lerna, serpente com corpo de dragão, filha de Tifão e de Equidna. A Hidra tinha nove cabeças que se regeneravam mal eram cortadas e exalavam um vapor que matava quem estivesse por perto. Héracles matou-a cortando suas cabeças enquanto seu sobrinho Iolau queimava as feridas com um tição em brasa. Por fim, o herói banhou suas flechas com o sangue da serpente para que ficassem envenenadas.
3.º) Alcançou correndo a Corça de Cerinéia, com chifres de ouro e pés de bronze, consagrada à deusa Ártemis. A corça corria com assombrosa rapidez e nunca se cansava.
4.º) Capturou vivo o Javali de Erimanto, que devastava os arredores, ao fatigá-lo após persegui-lo durante horas. Euristeu, ao ver o animal no ombro do herói, teve tamanho medo que foi se esconder dentro de um caldeirão de bronze. As presas do animal foram mostradas no templo de Apolo em Cumas.
5.º) Limpou em um dia os currais do rei Aúgias, que continham três mil bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal. Para isso, Héracles desviou dois rios.
6.º) Matou as aves do Lago Estínfalo, monstros cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, e que, pelo seu gigantesco tamanho, interceptavam no vôo os raios do sol. Héracles enxotou as aves com um par de castanholas feitas por Hefesto e dadas a ele por Atena.
7.º) Venceu o Touro de Creta, mandado por Posídon contra Minos.
8.º) Castigou Diómedes, filho de Ares, possuidor de cavalos que vomitavam fumo e fogo, e a que ele dava a comer os estrangeiros que naufragavam durante as tempestades e davam à sua costa. O herói entregou-o à voracidade de seus próprios animais.
9.º) Venceu as amazonas, tirou-lhes a rainha Hipólita, apossando-se do seu cinturão mágico.
10.º) Matou o gigante Gerião, monstro de três corpos, seis braços e seis asas, e tomou-lhe os bois que se achavam guardados por um cão de duas cabeças e um dragão de sete.
11.º) Colheu as maçãs de ouro do Jardim das Hespérides, este trabalho foi o mais difícil de todos, pois para encontrar o jardim, Héracles percorreu quase todo o mundo. Após ter encontrado o jardim ainda tinha de matar o Ládon, o dragão de cem cabeças que o guardava. Pediu a Atlas que o matasse e durante o trabalho foi Héracles que sustentou o céu nos ombros.
12.º) Desceu ao Palácio de Hades e de lá trouxe vivo Cérbero - o mastim de três cabeças, guardião do submundo.
Esculápio
Um dos mais antigos deuses gregos com poder de cura foi Esculápio, a quem eram dedicadas orações por quem buscava alívio e em cerimônias de cura nos templos e casas.
Esculápio, nome latino de Asklépios em grego, era filho de Apolo e Côronis. Nasceu em Epidauro no Peloponeso, de onde seu culto se disseminou. Conta a mitologia que Diana, irmã e uma das esposas de Apolo, numa crise de ciúmes matou a mortal Côronis, grávida de Apolo. Estando Côronis já na pira funerária, Apolo arrancou-lhe do ventre o filho Esculápio, entregando-o ao centauro Quíron para ensinar-lhe a arte de curar. Numa de suas visitas a pacientes em seu templo, uma serpente enrolou-se em seu cajado. Apesar do esforço para retirá-la, a serpente tornava a enrolar-se no cajado  onde permaneceu. Esculápio tornou-se o deus da medicina e seu cajado (bordão ou bastão) com uma serpente enrolada, o símbolo da atividade médica.
A cobra e seu significado para e Medicina
O bordão de Esculápio simbolizava a autoridade do deus grego da Medicina. A serpente simboliza a renovação e a cura. A Organização Mundial da Saúde – OMS – , adotou o símbolo de esculápio. A Associação Médica Mundial, reunida em Havana em 1956, adotou um modelo padronizado do símbolo de Esculápio para uso dos médicos civis. Várias organizações médicas de caráter profissional adotam emblema com a serpente de Esculápio, inclusive Brasil, Canadá, Inglaterra, França e Alemanha.

O bordão (bastão/cajado) de Esculápio tem uma serpente apenas e não duas.
O bastão (caduceu) de Mercúrio, deus dos negociantes, tornou-se o símbolo do comércio. Segundo a mitologia, Mercúrio lançou-o entre duas serpentes que lutavam e estas se entrelaçaram na haste em uma atitude amistosa. Daí o seu aspecto conhecido.
O motivo principal de eventuais confusões entre os dois símbolos deveu-se a publicação das obras de Hipócrates (considerado o primeiro médico) em grego pelo tipógrafo suíço Johannes Froben em 1538. O caduceu (bastão com as  2 cobras) era o símbolo de sua tipografia e como tal, foi estampado na capa do livro.
Hipócrates
O grego Hipócrates é considerado o primeiro médico. Seu nome surge por volta do século V a.C. Considera-se que ele foi o primeiro a utilizar a observação como base paar o conhecimento médico e a cura. É o primeiro a não receitar apenas orações e sacrifícios aos deuses, mas também mudanças na dieta, equilíbrio nos hábitos e uso de produtos curativos.

O Juramento de Hipócrates.
Considera-se que a declaração solene feita pelos médicos ao se formarem seja de autoria de Hipócrates. 
Na sua versão pagã, o texto começa lembrando os deuses do Olimpo:
«Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça».
A Declaração de Genebra
A declaração de Genebra foi aprovada pela Assembléia Geral da Associação Médica Mundial em Genebra, em 1948, e é uma versão modernizada e adaptada dos preceitos morais do Juramento de Hipócrates. Ela é utilizada em vários países, inclusive no Brasil, na solenidade de formatura de novos médicos (versão clássica em português):
“Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.
Darei como reconhecimento a meus  mestres, meu respeito e minha gratidão.
Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.
A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Respeitarei os segredos a mim confiados.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica.
Meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra.”.
Desenvolvimento da Anatomia – Séc. XVI
A moderna medicina começa a se desenvolver em 1543, com a publicação do primeiro livro sobre anatomia humana. De Humanis Corporis Fabrica, pelo médico belga Andréas Vesalius (1514-1564). Vesalius é comparável a Hipócrates em importância e é considerado o pai da anatomia moderna. Sabia grego e latim à perfeição e estudou os autores clássicos exaustivamente. Vesalius desenvolveu seu conhecimento à base de freqüentes visitas a cemitérios em busca de material de estudos.
Andreas Vesalius (1514-1564) cursou primeiro a Universidade de Louvain, perto de Bruxelas, na Bélgica, e depois começou a estudar medicina na Universidade de Paris.
Vesalius encontrou o cadáver de um ladrão pendurado em uma forca nas imediações da cidade. Pássaros haviam comido toda a carne, limpando os ossos do esqueleto. Vesalius o desmembrou e estudou até conhecer todos os ossos, até mesmo com os olhos vendados.
Em 5 de dezembro de 1537, Vesalius se formou em medicina pela Universidade de Pádua, perto de Veneza e tornou-se professor de anatomia no dia seguinte. Vesalius desenhou mapas dos órgãos humanos, que pendurou na sala de aula. O sucesso do manual o incentivou a publicar De Humani Corpus Fabrica (A Matéria do Corpo Humano).
Com 50 anos de idade, Vesalius viajou a Jerusalém, na viagem de volta, Vesalius morreu em um naufrágio perto da ilha grega de Zakinthos.

Descoberta da circulação do sangue
O nome de Miguel Servet, ou Michael Servetus em latim, acha-se definitivamente incorporado à história da medicina. 
Nascido em Aragão, na Espanha, seu verdadeiro nome de família era Michael Villanueva. O nome de Serveto, por ele mesmo adotado, transformou-se em Servet, em francês, e Servetus, em latim.
Estudou leis em Toulouse, teologia e hebraico em Louvain, e medicina em Paris e Montpelier, tendo-se destacado por seu interesse pela anatomia. 
É interessante conhecer a razão de seu interesse pela circulação pulmonar. Está escrito na Bíblia que "a alma da carne é o sangue"(Lev. 17.11) e que "o sangue é a vida (Deut. 12.23). No livro dos Salmos (104. 29), por sua vez, a importância da respiração para a manutenção da vida é ressaltada nas seguintes palavras: "se lhes tira a respiração, morrem, e voltam para o seu pó". Essas passagens bíblicas levaram Servet a estudar a circulação pulmonar, onde o sangue e o ar se misturam, pois no seu entender, o conhecimento da circulação pulmonar conduziria a uma melhor compreensão da natureza da alma. 
Sua descrição da circulação pulmonar está assim redigida:
"A força vital provém da mistura, nos pulmões, do ar aspirado e do sangue que flui do ventrículo direito ao esquerdo. Todavia, o fluxo do sangue não se dá, como geralmente se crê, através do septo interventricular. O sangue flui por um longo conduto através dos pulmões, onde a sua cor se torna mais clara, passando da veia que se parece a uma artéria, a uma artéria parecida com uma veia".
A descoberta da circulação pulmonar foi divulgada em um livro sobre religião, intitulado Christianismi restitutio, que foi considerado hereje, confiscado e incinerado. Salvaram-se apenas três exemplares, um dos quais se encontra em Paris, outro em Viena e outro em Edimburgo. Uma segunda edição, publicada em Londres em 1723, foi novamente apreendida e incinerada. Acusado de heresia, Servetfoi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553. Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.

Willian Harvey  “Estudo Anatômico do Movimento do Coração e do Sangue em Animais”
O médico inglês Willian Harvey publicou em 1628 sua obra “Estudo Anatômico do Movimento do Coração e do Sangue em Animais”, onde explicava como o coração impulsionava o sangue em um ciclo através do corpo. 
William Harvey (1578-1657) veio de uma família inglesa que tinha recursos suficientes para custear seus estudos na Universidade de Cambridge. Depois de se formar, começou a estudar medicina na Universidade de Pádua, na Itália. Harvey adotou o conceito da ciência experimental e o aplicou às matérias de medicina. Ele estudou com Hieronymus Fabricius (1537-1619), que havia descoberto válvulas com fluxo de uma só direção nas veias.
Em sua época, a anatomia era usada para explicar a estrutura do corpo. Entretanto, o entendimento das funções dos órgãos estava bem atrasado. Os médicos acreditavam que as veias carregavam o sangue através de um fluxo lento e irregular para longe do coração. O médico grego Galeno ensinou que o fígado fabricava sangue novo para substituir o velho. Acreditava-se que as batidas do coração eram causadas por um fluxo repentino de sangue através dele.
Em 1602, William Harvey se formou em medicina e voltou à Inglaterra. Ele se casou e iniciou uma carreira bem-sucedida em pesquisa médica, em Londres. Harvey comparou os tecidos do coração com os músculos e viu que o órgão era um forte feixe de músculos. Sua estrutura era tão semelhante aos componentes de uma bomba d’água, que ele concluiu que o coração era uma bomba de sangue. Calculou que, em uma hora, o coração bombeava 26,5 litros de sangue, muito mais do que o fígado poderia enviar. O sangue tinha que circular por um caminho fechado, para que pudesse ser reaproveitado. Suas experiências mostraram que as veias levavam o sangue para o coração. Ele percebeu que as pequenas válvulas que Fabricius havia descoberto impediam que o sangue corresse para trás.
Em 1616, Harvey deu sua primeira palestra sobre a circulação do sangue para o Colégio de Médicos de Londres. Ele publicou suas opiniões, em 1628, em On the Motion of the Heart and Blood in Animals (Sobre o Movimento do Coração e do Sangue nos Animais), que tinha apenas 52 páginas impressas, mas fundamentava sua posição com uma quantidade surpreendente de provas. O livro gerou muito interesse e resultou em discussões acaloradas entre seus apoiadores e opositores. Aqueles que o criticavam o chamavam de ”Circulador”, comparando-o aos falsos médicos que circulavam de vilarejo em vilarejo vendendo remédios duvidosos. A única crítica verdadeira que eles conseguiram levantar foi a de que Harvey não havia conseguido demonstrar como o sangue passava das artérias para as veias.
Harvey viveu até os 80 anos de idade, o suficiente para ver sua obra revolucionária ser totalmente aceita. Quatro anos após sua morte em Londres, Marcello Malpighi (1628-1694) detectou os mínimos vasos capilares que conectam as artérias às veias. Harvey havia antevisto sua existência.

Motivação para ter escrito este post:
Há anos eu convivo com problemas respiratórios; meu nariz trancava toda vez que eu ficava em ambiente fechado, com poeira, cheiro de tinta, perfumes fortes, etc.
Há noite, em 100% delas, meu nariz trancava quando eu tentava dormir; muitas vezes eu tinha que levantar, fazer alguma atividade aeróbica, ai, quando destrancava, eu voltava a dormir mais um pouco.
Bem, em 2011, resolvi acabar com este problema; encontrei uma ótima médica otorrinolaringologista, e após um exame chamado vídeo-nasofibroscopia, ficou claramente identificado o problema: "Cornetos inferiores hipertróficos e hipocorados; cornetos médios pálidos e normotróficos; desvio septal caudal para esquerda (septo desalinhado em relação à columela), com obstrução moderada nesta regiao. Discreto desvio inferior para esquerda".

Vejam explicação didática de meu caso:
Septo nasal

Septo nasal é uma parede que divide o nariz em duas fossas nasais  (direita e esquerda). Chamamos de septo desviado aquele que tem um formato anormal podendo causar problemas na respiração.
O Septo nasal é formado por ossos (na sua parte posterior) e cartilagem (na porção anterior), é revestido pelo mesmo tipo de tecido que forra internamente o nariz, conhecido por mucosa nasal. Para a correção do desvio é feita uma cirurgia corretiva com auxílio de anestesia geral. A duração é de algumas poucas horas e a alta é dada no mesmo dia. O período pós-operatório pode levar de 7 a 10 dias pois a região do nariz é altamente vascularizada e sujeita a sangramentos constantes, coágulos e obstruções, mas a cirurgia é muito simples e se tudo der realmente certo em poucos dias o paciente estará curado.
Cornetos / Turbinectomia
No interior das paredes laterais das cavidades nasais existem os cornetos. Existem 3 cornetos em cada cavidade nasal, classificados em corneto superior, corneto médio, corneto inferior. Quando há alguma obstrução nasal devido ao aumento dos cornetos nasais, geralmente o corneto inferior é o que exerce maior importância nesta obstrução.
SEPTOPLASTIA E TURBINECTOMIA 
Princípios e indicações:
A função do nariz é conduzir o ar, purificá-lo, aquecê-lo, umidificá-lo, servir de câmara de ressonância para o som, possibilitar o olfato e iniciar o reflexo naso-sinusal.
No caso de obstrução nasal (“nariz entupido”), aumenta  muito a perda de energia com a respiração, com prejuízo evidente para a saúde e para as funções acima citadas. Esta obstrução nasal pode ter como causa um desvio do septo nasal e/ou aumento (hipertrofia) dos cornetos nasais, dentre outras, e nos casos em que não há melhora com o tratamento clínico, poderá estar indicada a correção cirúrgica.
A septoplastia é indicada quando o desvio septal causa obstrução importante, alterações sinusais (sinusites) e dor de cabeça (cefaléia). Freqüentemente ocorre também hipertrofia dos cornetos nasais e, nesses casos, é também indicada a redução cirúrgica do volume dos mesmos, por cauterização, turbinectomia ou turbinoplastia.
A hipertrofia isolada dos cornetos nasais também é comum em casos de rinite alérgica, vasomotora e em cornetos bulosos e, nessas ocasiões, opera-se somente os cornetos (turbinectomia).
Quando o desvio septal surge associado a deformidade de dorso ou ponta nasal, pode ser necessário corrigir simultaneamente a aparência externa para melhorar o funcionamento do nariz, constituindo-se a cirurgia denominada rinosseptoplastia.
 Cirurgia
 A cirurgia é realizada com anestesia geral ou com anestesia local e os pacientes podem ter alta no mesmo dia, após um período de observação.
A região abordada é extremamente complexa, com artérias e veias que irrigam as fossas nasais e seios paranasais. Além disso, situa-se bem próxima às órbitas e às meninges e possui várias variações anatômicas.
Trata-se de uma cirurgia exploradora, ou seja, é impossível se prever exatamente quais alterações serão encontradas e, portanto, muitas decisões podem e devem ser tomadas durante a cirurgia, sem que seja possível solicitar o consentimento específico para proceder aos tratamentos necessários.
Hoje em dia os pacientes não necessitam mais de tampão para evitar sangramentos após a cirurgia.
Em meu caso, fiz duas cirurgias ao mesmo tempo:
a) Correção de Desvio de Septo, pois de acordo com meu diagnóstico eu tinha um "discreto desvio inferior para a esquerda"
b) Turbinectomia, pois de acordo com diagnóstico eu tinha "cornetos inferiores hipertróficos e hipocorados"

No momento que redigi este post, ainda estou em recuperação e feliz, pois já consegui dormir uma noite inteirinha!

Teo - jcteo (Engenheiro Teodorovicz)
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